O grupo estava ficando impaciente. Já fazia um
tempão que estavam explorando o maior matagal da cidade, desde que Luquinhas “encucou”
que havia uma caverna no meio do nada, cheia de tesouros.
Luquinhas reuniu a galera mais corajosa da classe. Pelo
menos, quando perguntou: “quem aqui é corajoso de verdade para explorar uma
floresta?”, todos levantaram as mãos. Agora, estavam ali, às cegas, dentro do
matagal, procurando por uma caverna que, provavelmente, não passava de lenda. E,
para piorar, o sol estava se pondo rapidinho.
– Estamos perdidos? - perguntou Toninho.
– Estamos chegando! É logo ali! Ou logo acolá! -
garantiu Luquinhas.
E não é que, logo acolá, encontraram mesmo uma
caverna? O problema é que ninguém se atreveu a entrar. Vai-se lá saber o que
encontrariam dentro daquele buraco. Uma cobra? Morcegos? Um monstro? Ora!
Monstros não existem!
Existem, sim! Pelo menos, o que saiu daquela
caverna escura parecia um “Abominável Homem das Neves”, apesar do calorão e do
fato de nunca ter nevado por ali. Era uma criatura assustadora, com uma barba
enorme, cabeleira cinza tão grande que tocava no chão, balbuciando alguma coisa
que ninguém entendeu... e nem fez questão de entender, pois já estavam todos
correndo para bem longe dali.
No dia seguinte, Luquinhas e sua turma de
aventureiros estavam em todos os jornais da cidade:
“Garotos corajosos encontram idoso perdido no
matagal”.
Depois, ficaram sabendo que o tal idoso era, na verdade, um ermitão que
havia “se perdido” de propósito para fugir do agito da cidade. Mas, e daí? “Heróis”
salvam a todos sem olhar a quem, não é verdade?